quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Os Domingos Precisam de Feriados

Toda sexta-feira à noite começa o shabat para a tradição judaica. Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino, no sétimo dia da Criação.
Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo. A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é
pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.
Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta.
Hoje, o tempo de ‘pausa’ é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações ‘para não nos ocuparmos’. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão.
O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições. Nossas cidades se parecem cada vez mais com a Disneylândia. Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas. Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo.
Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A Internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme. As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim.
Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa. O futuro é tão rápido que se confunde com o presente. As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o domingo de um feriado…
Nossos namorados querem ‘ficar’, trocando o ‘ser’ pelo ‘estar’. Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI – um dia seremos nossos?
Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante. Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos…
Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção. O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair – literalmente, ficar desatento. É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida. A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é ‘o que vamos fazer hoje?’ – já marcada pela ansiedade. E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de Domingo.
Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande ‘radical livre’ que envelhece nossa alegria – o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.
Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.
Afinal, por que o Criador descansou? Talvez porque, mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.

Rabino Nilton Bonder

quinta-feira, 24 de março de 2011

QUE TENHO EU COM BARNABÉ?

Eu poderia dizer de forma romântica o que é ser cristão, poderia escrever um texto demonstrando uma maravilhosa maneira de se entender como um servo de Deus e a magnitude de desempenhar o papel a você concedido por Cristo a executar nesta Terra.

Poderia provar com palavras que você existe para um propósito sonhado a milhares de anos por um Deus que tem o controle de tudo em suas mãos e demonstrar também aqui, quantos milagres o Senhor Deus escolheu realizar através de você concedendo a você a oportunidade de experimentar algo que jamais imaginou.

Eu poderia, porém, gostaria de lhe apresentar um ser humano. Gostaria de lhe apresentar Barnabé.

Este homem entendeu que sua experiência com Cristo consistia em reorganizar completamente seus valores.

Um homem que nos ensina que para se caminhar com Cristo é necessário entender que nossos bens (sejam quais forem) não são nossos, mas estão a serviço de Deus.

Alguém que a despeito de seus medos e traumas causados pela perseguição à igreja primitiva, insistia em crer na conversão de Saulo (um dos principais perseguidores da igreja em sua época) ao ponto de levá-lo onde os apóstolos se reuniam quando ninguém mais cria em sua conversão.

Corajoso não só diante da perseguição, colocou-se firme ante ao desafio de pastorear e ensinar os que se converteram em Antioquia, alguém que reconhecia, não somente suas limitações ao ponto de ir a Tarso procurar Saulo para que este o auxiliasse, mas também visando o crescimento de um novo líder para a Igreja primitiva.

Barnabé era alguém plenamente confiável, tendo se tornado responsável por conduzir as ofertas feitas pela Igreja de Antioquia à igreja da Judéia no tempo de fome.

Seu coração era missionário e isso foi reconhecido pelo próprio Espírito de Deus quando pediu à igreja de Antioquia que o separasse junto à Saulo para anunciar o Evangelho.

Barnabé sabia o valor de caminhar com Deus e não deixou que sua espiritualidade subisse à sua cabeça quando em Atos 14.12 o enxergaram como a um deus, chamando-o de Zeus, tratou logo de mostrar que apesar de carregar a mensagem de um Deus poderoso, era juntamente com Paulo, homem comum.

Por ter se colocado à disposição de Deus teve não só experiências para contar, como teve também sabedoria para ajudar a igreja de Jerusalém a entender como lidar com os gentios que se convertiam.

Barnabé, não tratava as pessoas com distinção, não permitindo que sua grande amizade com o apóstolo Paulo o fizesse deixar João Marcos para trás em uma de suas viagens missionárias, motivo de grande contenda entre os dois amigos, que pela graça de Deus que habitou seu coração, não foi definitiva.

Estas são pouquíssimas e não muito detalhadas descrições de quem foi este homem, que percebeu que a vida com Cristo tem a ver com o zelo pela Palavra e pelas pessoas.

É hora de percebermos que somos nós os Barnabés a quem Deus quer levantar em nosso momento, que pode ser marcado historicamente por nós, pessoas como Barnabé, pessoas de Deus.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Porque decidi ser um discípulo

Ser um discípulo de Jesus é muito mais do que experimentar uma religião, é muito mais do que se encontrar com alguém semanalmente para um estudo.
Ser discípulo tem a ver com relacionamento, experimentar uma profunda relação com a pessoa de Cristo, experimentar uma profunda relação com o humano.

O discípulo experimenta a sensação de ser filho, de ser pai, um discípulo recebe de Deus uma família sem fim, uma família para sempre.
O discípulo já passou da morte para uma nova vida, ele experimenta uma esperança, uma esperança diferente. A esperança da promessa de um tesouro, colocado onde a traça não pode corroer.
O discípulo enfrenta a maldade que há dentro de si e fortalece o irmão em sua luta contra o pecado.

O discípulo sabe que precisa ter fé, pois sem ela é impossível agradar a Deus, caminha por e esta terra sabendo que pertence a uma outra pátria, uma pátria celestial e deseja ansiosamente que todos à sua volta à cheguem até ela.
O discípulo não olha para trás, caminha como ovelha no meio de lobos se necessário, é amigo de seu Senhor e faz o que Ele ordena. Ele tem um Espírito que não vem dele mesmo, que se move dentro e fora dele e intercede por ele junto ao Pai.

O discípulo carrega consigo uma boa nova para o triste, exala vida em meio a morte, fortalece o cansado, liberta o cativo, cura o doente, alivia o oprimido.
Segue seu Mestre por águas tranqüilas e vales da sombra da morte seguindo mesmo sem saber por onde irá passar, atendendo a um simples convite.
O discípulo interrompe seus afazeres se necessário for, lava os pés de seu Mestre com lágrimas, perdoa e pede perdão, retorna ao lugar de onde caiu e tem sua história redimida.

Chora na dor, mas crê no milagre, seu combustível é Amor que jamais acaba, seu objetivo é expandi-lo até os confins da terra e permanecer ligado nEle até os confins dos séculos.
Ser um Discípulo é servir, é cuidar, é uma honra, é um presente oferecido a um simples pecador.

É por isso que decidi ser um discípulo.
Lucas 9.23: “Jesus dizia a todos: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me.”

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Afinal, o que querem as mulheres?



Se existe algo secreto neste universo que até hoje não consegui encontrar e acredito que nunca encontrarei, é a resposta a esta pergunta.

Esta pergunta se inicia logo na infância, mas se manifesta de maneira incrível na adolescência, logo na primeira paixão.

Um adolescente(homem)que nunca sofreu uma desilusão amorosa na adolescência, provavelmente nao tem coração, ou então nao acredita no amor.

Quando um adolescente de fato se apaixona,ele deseja se entregar, dar tudo de si, se dedicar, mas parece que sempre que isso acontece, o brilho no olhar da menina se vai.

É como se a gente soubesse tudo que ela precisa (ser amada) e decide dar isso a ela.
É neste ponto que a gente percebe que algo saiu errado, talvez a maneira como fizemos, alguma palavra que dissemos estava errada e as consequências são drásticas.

As pessoas dizem que as meninas gostam é de ser maltratadas, mas um bom apaixonado não acredita que isso possa ser verdade e repete essa paixão tantas e tantas vezes até que se encontre uma maneira fria e segura de se lidar com as mulheres.

Penso que por conta disso as mulheres até querem um homem que seja apaixonado por elas, mas não querem um rapaz que viva aos seus pés lhe paparicando, elas não sentem orgulho nisso, mas um homem de verdade que lhes dê alguma segurança e saiba definir os verdadeiros papéis dentro de um relacionamento.

Enquanto isso os inexperientes adolescentes vão oscilando em seus sentimentos, da paixão à dor, da dor ao ódio, do ódio à pena de si mesmo até que enfim, encontre a maturidade.

Pode parecer cruel, mas é uma verdade que compõem essa fase de vida tão ingrata, mas tão necessária que é a adolescência.

OBS: Minha sincera solidariedade à cada adolescente que já passou por isso me demonstrando que não estou sozinho nessa.